quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

SOMOS NÓS E O MUNDO CONTRA NÓS


O devocional "Examine as Escrituras Diariamente de 2016", publicado pela Torre de Vigia, Testemunhas de Jeová, em seu prefácio mais uma vez demonstra a atitude da liderança jeovista seu Corpo Governante em prosseguir com o princípio dualista reducionista de "nós e o mundo". 
Note como o texto na imagem é habilmente escrito com o objetivo de estabelecer na mente das TJs a ideia de que TODA e QUALQUER PESSOA que não faz parte da "organização" é má e egoísta, visando causar uma separação do membro TJ dos amigos e da família que não são "seus irmãos na fé". Esse é o princípio chamado "8 ou 80", "branco e preto" como se não houvesse meio termo e "tons de cinza", por assim dizer. 
Essa é a tática usada pelas seitas para isolar os membros das pessoas de fora e criar um mundo paralelo para aprisionar os seguidores gerando neles sentimentos de culpa caso pensem em se afastar do grupo ou questionar suas normas. 
Muitos que estão lá na Torre de Vigia até veem os enganos e falsas profecias, mas devido à forte dependência emocional criada por ideias tal como essa expressa na imagem, a maioria prefere permanecer lá sabendo o que a espera caso decida sair: desprezo e ostracismo pela regra absurda da desassociação. Essa seita é perigosa e precisa ser exposta para que outros não caiam nessa armadilha.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

João Calvino: Um "bom moço"?

Li algo que me deixou indignado pela inveracidade e até ingenuidade sobre o famoso reformador protestante João Calvino. “Calvino não era um ditador de Genebra que governava a população com mão de ferro... Sua condição era simplesmente a de um pastor que não estava em posição de ditar ordens às autoridades magistradas que administravam a cidade... A influência de Calvino sobre Genebra consistia, em última análise, não em sua posição jurídica formal (que era insignificante), mas em sua autoridade pessoal considerável como pregador e pastor.” (Trecho do livro “As Doutrinas da Graça”, de James Montgomery Boice e Philip Graham Ryken, Editora Anno Domini, 2014, o qual possuo em minha biblioteca pessoal.) 
Algo que sempre me chamou a atenção é o fato de muitos dos adeptos da Teologia Calvinista (aqueles que creem na teoria da predestinação absoluta tanto para a salvação como para a perdição eterna, apesar de existirem vertentes mais extremistas e outras mais amenas), não falarem muito, até mesmo ocultarem, ou pior, pintarem um quadro totalmente falso (como o livro que citei acima) sobre o temperamento irascível, violento e nada cristão de João Calvino, que depois de Martinho Lutero, o “pai da reforma protestante” foi e ainda é, com toda a certeza, o mais influente dos reformadores religiosos cristãos do século XVI.  Lembro-me bem, quando estava no 1º ano do ensino médio, em 1984, quando estudávamos um livro de história chamado “História das Sociedades” que abordava a história da Reforma Protestante, expunha tanto o lado bom como o lado ruim do que ocorreu na ocasião, especialmente quando Calvino exerceu grande influência religiosa e política na cidade de Genebra, Suíça, no século XVI.
Um terrível exemplo dado por Calvino foi o caso do assassínio do “herege” Miguel Servet que entre outras coisas não concordava com a doutrina da Trindade, que é até hoje ensinada pelas igrejas católica, ortodoxa e protestante (evangélica). Pesquisando na Wikipédia encontrei coisas interessantes sobre esse triste incidente. Entre parênteses os números indicam a bibliografia pesquisada, indicada no final do texto.
Quando Calvino leu um livro escrito por Servet veja o que ele disse: “Servet acaba de me enviar um volume considerável dos seus delírios. Se ele vir aqui (...), se minha autoridade valer algo, eu nunca lhe permitiria sair vivo ("Si venerit, modo valeat mea autoritas, patiar nunquam vivum exire"). (1)
Em 13 de agosto de 1553, Servet passou em Genebra, e quando ouvia um sermão de Calvino em Genebra e foi imediatamente reconhecido e preso. (2)
Calvino insistiu na condenação de Servet usando todos os meios ao seu comando.
Calvino acreditava que Servet mereceu ser morto por causa do que ele denominou como "blasfêmias execráveis". Todavia, não concordou que ele fosse morto à fogueira, mas sim à guilhotina. Porém, o Conselho não deu ouvidos à Calvino.(3)
Calvino então consultou outros reformadores sobre a questão de Servet, como os sucessores imediatos de Martinho Lutero, bem como reformadores de locais como Zurique, Berna, Basel e Schaffhausen, todos concordaram universalmente com sua execução.(4)
Em 24 de outubro Servet foi condenado à morte na fogueira por negar a Trindade e o batismo infantil. Calvino sugeriu que Servet fosse executado por decapitação, em vez de fogo, mais seu pedido não foi atendido.(5)
Em 27 de outubro de 1553 a pena foi aplicada nos arredores de Genebra com o que se acreditava ser a última cópia de seu livro acorrentado a perna de Servet.(6) 
Após o ocorrido Calvino escreveu: ‘Quem sustenta que é errado punir hereges e blasfemadores, nos tornamos pois cúmplices de seus crimes (…). Não se trata aqui da autoridade do homem, é Deus que fala (…). Portanto se Ele exigir de nós algo de tão extrema gravidade, para que mostremos que lhe pagamos a honra devida, estabelecendo o seu serviço acima de toda consideração humana, que não poupemos parentes, nem de qualquer sangue, e esquecemos toda a humanidade, quando o assunto é o combate pela Sua glória.’(7)”
Agora fico me perguntando: Se Calvino, de fato como disse o livro “Doutrinas da Graça” “simplesmente [não passava] de um pastor que não estava em posição de ditar ordens às autoridades magistradas que administravam a cidade [de Genebra]”, imaginem se ele tivesse tal condição o que ele não teria feito com Servet, além de promover o assassínio dele!
Uma coisa que aprendi é que “a história não mente”.

Referências das obras citadas no texto acima:
1 - Cottret, Bernard. Calvin: A Biography. Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans, 2000. 0-8028-3159-1 Traduzido para o inglês do original Calvin: Biographie, Edição de Jean-Claude Lattès, 1995.
2 - The Heretics: Heresy Through the Ages by Walter Nigg. Alfred A. Knopf, Inc., 1962. Republished by Dorset Press, 1990, p. 326.
3 - Owen, Robert Dale. The debatable Land Between this World and the Next. New York: G.W. Carleton & Co., 1872. p. 69, notes.
4 - Schaff, Philip: History of the Christian Church, Vol. VIII: Modern Christianity: The Swiss Reformation, William B. Eerdmans Pub. Co., Grand Rapids, Michigan, USA, 1910, página 780.
5 - The History and Character of Calvinism by John T. McNeill, New York: Oxford University Press, 1954, p. 176.
6 - "Out of the Flames" by Lawrence and Nancy Goldstone - Salon.com
7 - John Marshall, John Locke, Toleration and Early Enlightenment Culture (Cambridge Studies in Early Modern British History), Cambridge University Press, p. 325, 2006.

Testemunhas de Jeová: Bom exemplo de pacifismo?

Fui testemunha de Jeová por 20 anos e o que muitos não sabem é o que está envolvido em sua recusa de prestação de serviço militar. Embora o governo brasileiro tenha a provisão de aceitar uma declaração formal de que a pessoa é um objetor de consciência, isso implica em que a pessoa, que assim o requer, perca todos os seus direitos civis, não possa tirar título de eleitor e nem participar de concurso público. Além disso, tal perda acarreta dificuldades para obtenção de vaga de trabalho em algumas empresas devido à questão da pessoa mão possuir o título de eleitor: ou seja, a vida profissional futura de tal jovem fica totalmente comprometida. 
Ademais, visto que esse grupo religioso desencoraja fortemente os membros jovens a cursarem faculdade e de se empenharem por uma carreira profissional para que se dediquem cada vez mais ao trabalho de proselitismo do movimento, vê-se que tal atitude é danosa a esses jovens. 
Ainda há a questão de que até 1996 elas não aceitavam, em hipótese alguma, a prestação do serviço civil alternativo que alguns governos oferecem em lugar do serviço militar. Depois que a liderança delas resolveu mudar o entendimento acerca desse assunto, a partir daquele ano passaram a deixar ao encargo da consciência dos jovens testemunhas aceitarem ou não tal alternativa. Mas, o que dizer do prejuízo causado por tal norma errônea que vigorou até 1996? Sei de muitos jovens TJs que foram presos e perderam seus anos preciosos de juventude por causa de uma norma arbitrária e antibíblica.
Então acho que as TJs não são um bom exemplo neste aspecto e eu discordo totalmente de tal visão que proíbe que o cristão sirva a sua pátria. Até porque temos exemplos bíblicos de soldados que foram batizados por João Batista e o próprio Cornélio gentio que era oficial militar e a Bíblia não diz nada que eles tiveram que abandonar a sua carreira militar, como é solicitado àqueles que quiserem ser TJs caso sejam militares hoje. 
Creio que a questão é servir como não combatente para aqueles que objetam ao serviço militar sem que isso acarrete prejuízo para a vida futura dos jovens como ocorre infelizmente com os jovens TJs, e a grande maioria das pessoas de fora não sabe disso.

Bíblia = Igreja Evangélica?

O grande problema é achar que Bíblia = igreja evangélica. Nunca essas duas coisas foram tão opostas como na atualidade. Apesar de a maioria das igrejas evangélicas usarem a Bíblia, infelizmente, a grande maioria delas faz e ensina coisas contrárias ao que este livro afirma. 
O grande problema é a falta de conhecimento das pessoas sobre o que esse livro diz, de como veio a existir, quais as evidências de que é confiável e porque e como podemos ampliar nosso conhecimento sobre Deus através dele. Muitos inclusive desconhecem que tudo o que é divulgado sobre Jesus Cristo, em quem a maioria dos ocidentais acredita, veio através desse livro que fala tudo sobre Ele. A influência desse livro, que levou 1.600 anos para ter sua escrita concluída por quase 40 pessoas é tão grande sobre a cultura humana que todos os ideais de liberdade e fraternidade tiveram sua origem nele. Todas as tentativas de destruí-lo e ocultá-lo do povo, durante a Idade Média, foram infrutíferas. Agora a tentativa é ignorá-lo através do conceito relativista de nossa era, ou seja, de que a verdade absoluta não existe. Mas nisso há um terrível paradoxo: Para se crer que não existe verdade absoluta é preciso crer que tal tese é uma verdade absoluta!

domingo, 25 de outubro de 2015


COMO TUDO COMEÇOU

"No ano de 1987, aos 20 anos de idade comecei a sentir um forte desejo de servir a Deus, e achava que já era hora de me decidir por uma religião. Visto que estava frequentando a Igreja Missionária Evangélica Maranata com uma amiga de infância resolvi tentar permanecer ali, embora não me sentisse nada a vontade com o estilo pentecostal de culto. O ponto de virada, porém, se deu num certo domingo quando o pastor começou a pregar sobre o assunto da necessidade de se buscar a salvação e fiquei prestando muita atenção, pois era algo que eu estava sentindo a necessidade insaciável de alcançar. Num certo momento do sermão, ele fez uma longa pausa e disse: “A pessoa pode estar frequentando a igreja, pagando o dízimo e fazendo tudo certinho, mas se não for o escolhido do SENHOR, de nada adiantará”. Nessa hora senti como se tivessem jogado “um balde de água gelada” sobre minha pequena fé. Voltei para casa aturdido e pensando: “como vou saber que sou um escolhido de Deus?” A partir daí, decidi não mais frequentar essa igreja e me afastei por algum tempo de religião, até que certo dia, indo à casa do meu amigo do ensino médio que mencionei mais acima, falei-lhe de minhas dúvidas e temores. Ele então me entregou um livro, da Torre de Vigia, chamado Raciocínios à Base das Escrituras me dizendo que tal livro “tiraria de vez todas as minhas dúvidas” e, de fato, parecia ter removido toda a escuridão lançada pela palavra imprudente daquele pastor, que posteriormente descobri que era fruto do mal interpretado ensino da predestinação crido em muitas denominações evangélicas. A partir daí, decidi me associar com o movimento das Testemunhas de Jeová em abril de 1987 e ali permaneci por exatos 20 anos achando que havia finalmente encontrado a “única religião verdadeira” dedicando toda a minha vida, dons e esforços em prol de uma crença que me pareceu tão sólida, mas que nos últimos 5 anos de minha associação com tal movimento percebi que, de fato, não era tão sólida assim.

"Os capítulos do livro trazem à atenção detalhes do porquê passei a questionar e, por fim, abandonar o movimento da Torre de Vigia, após 20 anos de associação, 15 dos quais como ancião (equivalente a pastor) de congregação, orador de grandes congressos e assembleias com assistências de mais de 5.000 pessoas. O que me levou a abandonar tantos anos de associação, amizades e, porque não dizer, deixar de lado o “status espiritual” adquirido dentro do movimento? O que posso dizer é que a decisão de abandonar o grupo não foi tomada por impulso, mas após cuidadosa consideração e muito adiamento, pois havia consequências de ordem pessoal e familiar envolvidas. Conforme o leitor verá, no decorrer da leitura, diferente de outros grupos religiosos, embora seja relativamente fácil tornar-se uma testemunha de Jeová não é tão simples assim deixar o movimento de maneira honrosa. Aliás, como é admitido por todos aqueles que chegaram a uma encruzilhada como eu, “não há saída honrosa” desse grupo, infelizmente.

"Embora tenha iniciado contando um pouco de minha experiência religiosa pessoal que me conduziu ao movimento das Testemunhas de Jeová, os próximos capítulos se concentrarão mais nos fatos e evidências que fortaleceram a minha convicção de que havia algo fundamentalmente errado no grupo, algo que me levou a questionar a legitimidade profética da Torre de Vigia. Gostaria de, por fim, lembrar a todos que lerem o livro de que meu alvo não é questionar a sinceridade e a fé das pessoas que estão nesse movimento, pois admito que a grande maioria delas é sincera e busca uma relação séria com Deus. Meu objetivo é mostrar através dos fatos, e a partir da própria literatura das Testemunhas de Jeová, porque tanto a base de sustentação teológica, bem como as suas pretensões de governança e de serem uma “teocracia” são ilegítimas, insustentáveis e como a história do movimento comprova isso. Sim, nada como estudar a história, o passado, para entendermos o porquê do movimento da Torre de Vigia ser o que é hoje e porque são ocultados fatos importantes que, se fossem amplamente divulgados aos membros, levaria muitos deles a abandonar o grupo assim como se deu comigo." 

Trecho do capítulo 1 de meu livro TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: Uma análise de sua legitimidade profética. O livro está à venda no site Clube de Autores.

sábado, 3 de outubro de 2015

NOVO LIVRO SOBRE AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Este meu primeiro livro traz uma análise das alegações proféticas feitas pela liderança da Torre de Vigia de ser o único "canal" por meio do qual todos podem entender a Bíblia e de as Testemunhas de Jeová serem a "única religião verdadeira". Será que a Bíblia os apoia nisso? É a Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada uma tradução confiável? A desassociação tem base bíblica? Por que houve tantas mudanças doutrinárias desde a fundação deste movimento? Esta obra visa também esclarecer a todos o que está por detrás do "paraíso espiritual" propagandeado pela liderança máxima deste movimento, seu Corpo Governante.

O livro pode ser adquirido pelo site Clube de Autores através do link abaixo: 


Por que será que muitas pessoas se sentem atraídas à religião das Testemunhas de Jeová? Veja uma das justificativas dadas numa publicação delas: “Em todo o mundo, há muitas organizações religiosas, políticas, comerciais e sociais, que variam em características, objetivos, pontos de vista e filosofias. Mas uma organização é bem diferente de todas as outras. A Palavra de Deus identifica claramente essa organização como as Testemunhas de Jeová” (Organizados Para Fazer a Vontade de Jeová, p. 6).

Sim, as Testemunhas de Jeová afirmam ser diferentes de todas as outras organizações religiosas do mundo. Em função disso, proclamam em mais de 230 países que somente elas praticam a verdadeira religião cristã: “Quem, então, são os que formam o corpo de verdadeiros adoradores hoje? Não hesitamos em dizer que são as Testemunhas de Jeová” (Viver Para Sempre, p. 190).

Em meio a tantas denominações cristãs, a oferta das Testemunhas de Jeová é muito atraente!

Contudo será que tais afirmações são verdadeiras? Pode a liderança máxima das Testemunhas de Jeová, seu Corpo Governante ou escravo fiel e discreto” reivindicar ter legitimidade profética? Estas são questões que esta obra visa responder tanto para os que são membros desta organização como para todos os interessados em saber mais do passado e de suas ações na atualidade



Aproveito este espaço para agradecer a todos aqueles que me incentivaram ao longo dos últimos meses, durante a escrita desta obra, para que a mesma fosse publicada. Quero mostrar também a minha gratidão a todos os mestres que, conforme prometido por Deus, auxiliam o povo de Deus a compreender melhor a Sua Palavra, a Bíblia Sagrada (veja Efésios 4:11-13). As várias citações que faço no decorrer deste livro, de muitas de suas obras teológicas, são um reconhecimento humilde da necessidade que temos de aprender com tais mestres piedosos, embora sejam seres humanos falhos assim como eu, carentes da misericórdia divina. Igualmente, me coloco aos pés de tais mestres!

sábado, 9 de maio de 2015

Pensando um pouco....

Tenho evitado ultimamente falar sobre o que acho quanto à religião.  
Só que não consigo me segurar...
Porém sem me delongar, pois teria muito a dizer (o que farei aqui no blog em breve), acho que devemos seguir a seguinte frase: "Nem tanto ao mar nem tanto à terra." 
  • Nem teologia da prosperidade nem teologia da pobreza. 
  • Nem antropocentrismo nem desprezo pelo homem. 
  • Nem ufanismo nem excesso de modéstia. 
  • Nem só vitória nem somente cruz. 
  • Nem santimoniosidade nem miserabilidade. 
  • Nem legalismo nem anarquia. 

Como diz a Bíblia no livro de Eclesiastes "tudo tem seu tempo", ou seja, é preciso equilíbrio uma coisa muito rara de se ver na religião cristã especialmente evangélica. 
Refletindo...